domingo, 3 de agosto de 2014

IMPORTÂNCIA DO PAI

De acordo com o pastor Antonio Lazarini Neto, autor do livro Filhos da Mãe, publicado pela MK Editora, a idéia de família não podia ser concebida dispensando a figura paterna.
Ele explica que já na primeira referência à estrutura familiar encontrada na Bíblia, no livro de Gênesis 2.24, a família é vista como constituída por “pai e mãe”. Está escrito que deve “deixar o homem a seu pai e a sua mãe para se unir e tornar-se uma só carne com sua mulher”. Assim, o natural, o comum, era que a pessoa viesse de um lar onde a figura paterna estivesse presente. Isso porque a figura do pai era importante para assegurar a estabilidade da casa e garantir o sustento de toda a família.
A ausência do pai, que biblicamente era mais comum ocorrer em função da sua morte, fazia com que Deus – pelas leis e orientações a Israel – não somente assumisse o papel do pai, como exigia do povo que cuidasse de forma especial daqueles que se vissem órfãos. No livro de Êxodo 22.22-24, há a seguinte passagem: “A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu lhes ouvirei o clamor; a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos, órfãos”. Desse modo, o povo era conscientizado da lacuna que um pai deixava na vida do filho, da mesma sorte que o homem deixava na vida de uma mulher (veja que as referências bíblicas trazem o órfão e a viúva sempre juntos e pode ser que eles tenham ligação entre si – isto é, sofrem com a ausência da mesma pessoa).
Em seu livro, Lazarini diz que a figura paterna também era importante porque o pai abençoava os filhos. As palavras que saíam da boca de um pai eram de suma importância e proviam direção e segurança futura para o filho. No Antigo Testamento há registros de pais proferindo bênçãos sobre seus filhos. Em muitos casos, a dor da morte era compensada pela herança que o pai deixava, especialmente o que o pai dissera a respeito do filho antes de morrer. Na história de Jacó e Esaú, por exemplo, o que o pai determinou acerca do filho “mais novo”, em sua bênção, era “irreversível” (cf. Gn 27.33-35). Ou seja, muitas vezes, o futuro do filho dependia em grande medida, da presença, do apoio e da bênção do pai.
O pai trazia um referencial de vida para o filho. Davi, a despeito de sua grandiosidade como rei em Israel, deixou marcas negativas impressas na vida de seus filhos. Embora tivesse sucesso como monarca, Davi colheu insucessos na criação de seus filhos. O seu primogênito, chamado Amnon, violentou sexualmente sua própria irmã Tamar (2 Sm 13.1-20). Absalão, o terceiro filho, deu ordens para assassinar o irmão Amnom (2 Sm 13.28,29). O quarto, Adonias, quis usurpar o trono do pai na sua velhice (1 Rs 1.5). E sobre esse último é dito: “Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?” (1 Rs 1.6). O abandono de Davi deixou não apenas marcas profundas no caráter e na conduta de seus filhos, mas também trágicas e irreparáveis conseqüências.


FONTE: http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=78&materia=948

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